Projetos institucionais e científicos realizados em parceria entre Brasil e França estiveram em evidência no último dia 13 de novembro, na orla da Universidade Federal do Pará (UFPA). A programação intitulada “Furdunço da Cooperação Universitária e Científica Franco-brasileira” foi realizada no barco da Bienal das Amazônias sobre as Águas, marcando a abertura do diálogo entre as Bacias da Amazônia e do Congo. Sob o tema “A Amazônia no Centro do Mundo: conectando as três grandes bacias de florestas tropicais”, os participantes vivenciaram um momento ímpar na defesa da biodiversidade no planeta, mediante a realização da COP 30, em Belém.
Durante a cerimônia foi firmada a Cátedra Franco-Brasileira de Biodiversidade. O documento foi assinado por representantes da Embaixada da França e de universidades federais brasileiras na Amazônia, além da Universidade da Guiana Francesa (Université de Guyane) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Para o reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva, a assinatura da cátedra ocorre em um momento simbólico, em plena realização da COP 30, e reafirma o papel da UFPA na produção científica sobre a biodiversidade e sobre a Amazônia. “A Universidade trabalha de forma integrada com as comunidades e desenvolve pesquisas aplicadas que dialogam diretamente com as necessidades da região”, pontuou.
Participaram, a reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Tanara Lauschner, a vice-reitora da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Ana Cristina Maués, além dos reitores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESPA), Francisco Ribeiro da Costa; da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Aldenize Ruela Xavier; e o reitor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Clay Chagas; além do reitor da Universidade da Guiana Francesa, Laurent Linguet e do Embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain. A equipe da Embaixada da França também foi representada pela conselheira científica, Sophie Jacquel, além da conselheira do Centro Franco Brasileiro de Biodiversidade, Nadège Mezie, e por Abdel Sifeddine, represente do IRD.
Segundo Nadège Mezie, do Centro Franco Brasileiro de Biodiversidade (CFBBA), o objetivo é ampliar parcerias, fortalecer redes de pesquisa e promover colaborações de longo prazo entre instituições brasileiras e francesas nas áreas relacionadas à biodiversidade amazônica. “A cátedra cria uma estrutura contínua de cooperação, permitindo que pesquisadores franceses e brasileiros atuem de forma integrada para avançar no conhecimento e na conservação da Amazônia”, acentuou.






Avanços
A conselheira científica da Embaixada da França no Brasil, Sophie Jacquel, destacou a satisfação com o avanço da parceria. “Estamos muito felizes com este momento. Este é um passo decisivo para ampliar a cooperação científica e fortalecer ações conjuntas em defesa da biodiversidade amazônica”, frisou.
O representante do IRD (Institut de Recherche pour le Développement – França), Abdelfettah Sifeddine, ressaltou o papel estratégico da iniciativa. “Esta cátedra reforça nossa confiança na colaboração científica como caminho para responder aos desafios ambientais e climáticos da região”, concluiu.
Jovens pesquisadores
A programação também incluiu a participação de três jovens pesquisadores da UFPA. Lidia Brasil, da rede CAPACREAM, compartilhou sua experiência acadêmica na França, destacando a importância da internacionalização para jovens pesquisadores da Amazônia e as oportunidades que isso possibilita. Joas da Silva Brito (PPBioAmor) e Lucas Colares (INCT-SINBIAM) apresentaram perspectivas sobre a região amazônica e os potenciais de novas colaborações científicas, reforçando a importância de oportunidades formativas e de intercâmbio para ampliar conexões entre os países.



Conhecimento sobre a região
Segundo relatório recente da Elsevier, a UFPA é a instituição que mais produz conhecimento científico sobre biodiversidade na PanAmazônia e a que lidera a produção sobre a Amazônia segundo relatório da CAPES, consolidando seu protagonismo na agenda científica nacional e internacional. A assinatura da Cátedra Franco-Brasileira de Biodiversidade marca um novo capítulo para a ciência amazônica, fortalecendo a cooperação entre instituições e ampliando as possibilidades de formação, pesquisa e inovação integradas.