Presidente da França, Emmanuel Macron, visita UFPA nesta quinta, em agenda da COP 30

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou a Universidade Federal do Pará, nesta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, em um encontro que simbolizou um marco da cooperação científica e diplomática entre os dois países.

Na capital paraense, em agenda para a Cúpula dos Líderes que antecede a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Macron chegou de carro, sob escolta particular e de forças de segurança do Pará e do governo federal, por volta das 13h. O presidente veio ao Campus Guamá, em Belém, especialmente para conhecer a embarcação da Caravana Fluvial Iaraçu, ancorada no trapiche da universidade, às margens do Rio Guamá, em Belém.

O presidente foi recepcionado pelo reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, e pela ministra Luciana Santos , do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI). “Este momento representa a culminância dos acordos e cooperações que já vínhamos construindo ao longo dos anos com várias instituições de ensino e pesquisa da França. Nos sentimos muito honrados com a visita de Emmanuel Macron para que possamos fortalecer estes laços”, enfatizou o reitor. Eles estiveram acompanhados por cientistas e pesquisadores que participaram da expedição até aqui. Na oportunidade, Macron gentilmente deu uma declaração ao Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30: “Olá estudantes e professores da Universidade Federal do Pará é um prazer estar nesta instituição e conhecer um pouco do que vocês fazem aqui”, afirmou.

Também estiveram presentes o embaixador da França, Emmanuel Lenain, a comissária da temporada da França no Brasil 2025, Anne Louyot; Liviu Nicu, representante do Centro Nacional de Investigação Científica na América do Sul (CNRS); Pierre Marraccini, representante do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (em francês, Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement – CIRAD); Valérie Verdier, présidente diretora geral do Institut de Recherche pour le Développement – França (IRD); François Ringuet, prefeito da cidade de Kourou (Guiana Francesa); Abdelfettah Sifeddine, representante do IRD no Brasil.

Caravana – Especialmente na Amazônia, o projeto Iaraçu é considerado um dos mais relevantes exemplos da parceria franco-brasileira em diferentes áreas do conhecimento. A caravana é voltada a estudos e trocas de experiências e saberes sobre mudanças climáticas, biodiversidade e desafios globais. 

A Caravana partiu de Manaus com destino a Belém, no último dia 28 de outubro, estando aberta a todos os membros da comunidade científica, notadamente aos envolvidos na cooperação Brasil-França. Eles atravessaram os estados do Amazonas, Amapá e Pará antes de atracar em Belém, para a cúpula dos presidentes (6 e 7 de novembro). A ideia é marcar presença nas discussões sobre as ações a serem tomadas para combater as mudanças climáticas (10 a 21 de novembro). 

Durante a navegação, o barco fez escala em várias cidades e comunidades ribeirinhas, de acordo com o itinerário planejado. A iniciativa é uma parceria promovida pelo o Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), a Embaixada da França no Brasil, o Centro Franco-Brasileiro para a Biodiversidade Amazônica (CFBBA), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o CNPq, a CAPES e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI).

O objetivo é permitir que pesquisadores, além de coletar amostras de sedimentos e água dos rios – dentre outros materiais necessários para avaliação dos impactos climáticos sobre a biodiversidade – dialoguem diretamente com populações indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas.

Texto: Ana Teresa Brasil – ASCOM Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30

Imagens: Alexandre de Morais