A defesa dos direitos das populações mais atingidas pelos efeitos climáticos no planeta deu o tom do Fórum Internacional Mudanças Climáticas e Migrações, aberto nesta quinta, 30 de outubro, em Belém. A programação, que segue até esta sexta, 31, destaca o impacto gerado sobre as migrações internacionais e nos deslocamentos humanos, inclusive forçados, em decorrência de eventos extremos.
O encontro integra os debates preparatórios para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que colocará a Amazônia brasileira no centro das discussões sobre essa temática, com participação de migrantes, refugiados, apátridas, acadêmicos, militantes, lideranças, movimentos sociais e demais interessados na pauta.
O Fórum é realizado sob a coordenação acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA, por meio da Profa. Dra. Andreza Smith, e do Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Cosmopolita, por meio do Prof. Me, Samuel Medeiros, o evento ocorre em formato híbrido. Na quinta, 30, as atividades foram promovidas no auditório da Faculdade Cosmopolita, e na sexta, 31, ocorrerão no Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará.
Segundo a professora, Andreza Smith (UFPA), o objetivo do Fórum Internacional Mudanças Climáticas e Migrações é dar voz às populações mais vulneráveis. “O Fórum propõe debater o tema dentro de uma lacuna que nós temos identificado, que é a proteção das pessoas que são obrigadas a se deslocar forçadamente em razão de eventos climáticos extremos”, acentua.
Já Samuel Medeiros, professor de Direito Internacional da Faculdade Cosmopolita pontua que o mundo precisa conhecer os impactos gerados atualmente. “É muito importante esclarecer que quando nós falamos de justiça climática, devemos entender que a gente precisa se organizar enquanto sociedade, enquanto humanidade, para que a gente possa enfrentar o problema”, enfatiza. Para ele, os efeitos climáticos “impactam de maneira diferente cada população”, ressalta.




Israël Hounsou – que veio de Benin, na África, e é fundador do Instituto Hounsou de Integração África-Amazônia (HAFAMA) – acredita que as nações mais pobres precisam estar em sintonia na defesa de seus interesses. “Nós nos colocamos nessa posição de urgência sobre tratar dessas questões climáticas, pensando principalmente no sul global. Testemunhamos essas mudanças no clima acontecendo, afetando nossas economias, nossos pratos à mesa, mas precisamos nos movimentar para corrigir isso”, considera. Para ele, as transformações só vão acontecer por meio da cooperação Sul-Sul. “Vamos conseguir chegar em um consenso”, acredita



Segundo os organizadores, durante o Fórum será formulada uma carta com recomendações, para ser entregue às autoridades presentes na COP 30 e, também, a todas as delegações participantes.
Texto: Ana Teresa Brasil – ASCOM Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30
Imagens: Natalia Almeida