Movimento Ciência e Vozes da Amazônia lança nova edição com temas inéditos em preparação para a COP 30

Ilustrações das capas nas versões português, inglês, francês e espanhol

As vozes da ciência e das comunidades amazônicas seguem ganhando força com a terceira edição da publicação do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia, lançada pela Universidade Federal do Pará no final de abril de 2025. Com textos inéditos e abordagens diversas, a coletânea amplia o debate sobre os desafios e as urgências da região em um momento crucial para o planeta, com os olhos voltados para a realização da COP 30, em novembro, em Belém (PA).

A nova edição reúne reflexões de pesquisadores e pesquisadoras comprometidos com a justiça climática, a preservação da sociobiodiversidade e a valorização dos saberes locais. O objetivo da publicação é visibilizar esses conhecimentos e promover a circulação dessas vozes dentro e fora da Amazônia, reforçando a centralidade da região nas discussões globais sobre a crise climática.

Entre os destaques da publicação estão estudos que abordam os impactos do desmatamento sobre a vida social e ambiental na Amazônia, como o artigo “Desassossego no ventre e na terra: tem barulho e cheiro de mata derrubada: quem é que chega?”, que revela os efeitos do avanço predatório sobre o território e os conflitos sociais dele decorrentes.

A questão educacional ganha protagonismo no artigo “Amazonizar a educação e o mundo com a Amazônia viva em tempos de COP 30”, que convoca educadores, estudantes e movimentos sociais a integrarem práticas pedagógicas comprometidas com os saberes amazônicos.

A coletânea também traz um olhar histórico para as desigualdades na região com o artigo “Ser pobre na Belém setecentista: notas sobre a (não) riqueza no antigo regime”, além de análises atuais sobre a precarização urbana em “Vulnerabilidade das cidades amazônicas a desastres socioambientais”, que alerta para os riscos crescentes de inundações, secas e incêndios nas cidades da região.

Outros artigos tratam da financeirização de terras e da ameaça aos modos de vida tradicionais no Cerrado, com destaque para o texto “MATOBIPA: canibalizando o cerrado”, e do papel das juventudes urbanas no enfrentamento à crise climática, retratado em “Juventude, redes sociais e clima: entre o ativismo e o cansaço na Amazônia”.

As mudanças no estuário amazônico frente à elevação do nível do mar são tema do artigo “Elevação do nível do mar como potencializador de impactos na hidrodinâmica e nos ecossistemas aquáticos costeiros do estuário amazônico”, enquanto as dinâmicas de mercado associadas à política ambiental do Pará são discutidas em “Como o combate ao desmatamento no Pará resultou na maior venda de créditos de carbono no Brasil?”.

Todos os textos estão disponíveis em acesso aberto no site https://amazonianacop.ufpa.br, na aba “Publicação”, em quatro idiomas: português, inglês, francês e espanhol. O material pode ser lido online ou baixado em formato PDF.

As chamadas para submissão de novos trabalhos estão no hotsite, e a proposta é seguir reunindo vozes da ciência, dos territórios e dos movimentos sociais, culturais e ambientais. Participe desta construção coletiva em direção a uma Amazônia viva e justa.

Texto: Ana Teresa Brasil – Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30