Pesquisadoras da UFPA destacam importância da Amazônia na regulação do clima para o planeta

Há algumas décadas, para boa parte da humanidade, as consequências dos fenômenos climáticos eram algo distante. No Brasil, não era diferente. Bem antes de se cogitar uma crise ambiental de larga escala, costumava-se assistir pela televisão os danos causados pela seca às populações nordestinas. Na outra ponta, noticiavam-se tragédias ocorridas durante fortes chuvas na região sudeste, principalmente em áreas montanhosas marcadas por deslizamentos de terra, afetando sobretudo os moradores periféricos, habitantes de favelas. Entretanto, em todo o planeta, diante de uma notável acomodação ou imobilidade social sobre problemas como esses do nosso país, os alertas de cientistas e ambientalistas foram se confirmando ao longo do tempo. O que eram projeções tornaram-se fato muito rapidamente. E hoje, as previsões sobre mudanças climáticas que aconteceriam em 2100 batem à nossa porta.

As pesquisadoras da UFPA, Ponciana Freire de Aguiar (Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, NAEA) e Juliana de Sá Guerreiro (Pós-doutoranda em Oceanografia), explicam que “diversos desastres ambientais vêm ocorrendo no mundo por conta das mudanças climáticas derivadas de impactos ambientais gerados por atividade humanas que afetam a atmosfera, com o aumento dos gases de efeito estufa GEE’s, aumento do buraco da camada de ozônio, refletidas pelo aumento dos desmatamentos de florestas e do uso de combustíveis fósseis, além da poluição gerada por indústrias, automóveis e equipamentos, inclusive na Região Amazônica. Podendo também ocorrer por processos naturais como erupções vulcânicas”.

E por falar em Amazônia, as estudiosas revelam grande preocupação com as questões que nos atravessam e interferem diretamente no que estamos vivendo na atualidade. “Na Amazônia Legal as Grandes Obras têm causado pressão pelo agronegócio, construções de estradas, portos, barragens, perfuração de poços para petróleo e gás, especulação de terras, e garimpos e madeireiras, legais e ilegais, desequilibrando o clima. A Belo Monte Hidroelétrica e a Belo Sun Mineradora com suas licenças ambientais de operação causaram aumento do desmatamento com incêndios florestais e com grande devastação na Região do Rio Xingu/PA”, acentuam.

Aguiar e Guerreiro são autoras do artigo “Crise ambiental e climática global e a importância da Amazônia na regulação do clima para o planeta”(colocar hiperlink para o texto quando a publicação estiver disponível no site), no qual salientam os efeitos danosos do desmatamento na Amazônia Legal e apontam estudos recentes sobre as implicações do problema. De acordo com elas, a região “vem sofrendo com temperaturas maiores que 40ºC e baixos volumes de precipitação, os menores em setembro de 2023, com graves impactos na redução dos níveis das águas dos Rios Negro, Solimões e Amazonas e muitos de seus afluentes”.

Além disso, reforçam as pesquisadoras, cada efeito sentido aqui tem forte interligação com as alterações climáticas no mundo. “Assim, é possível deduzir-se que a elevação dessas temperaturas na atual ebulição climática global, aumentou esses eventos extremos, coincidindo com os períodos de aumento dos desmatamentos no mundo, sendo a área da Floresta Amazônica a de maior desmatamento”.

Aguiar e Guerreiro ressaltam ainda que é preciso mudar o cenário observado hoje, mobilizando diferentes atores envolvidos. O comprometimento do Brasil com o Acordo de Paris exigiria, por exemplo, a eliminação do desmatamento da Amazônia. Uma decisão que pode repercutir em vários aspectos como o favorecimento da produção dos rios voadores, que são ‘cursos de água atmosféricos’ que favorecem a precipitação de chuva, além do “ciclo da água e do carbono com cerca de 120giga/ton enviados a atmosfera, correspondendo ao carbono de 10 anos de toda a queima de combustíveis fósseis do planeta, importante na diminuição das emissões de gases de compostos orgânicos voláteis no mundo”, concluem.

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O trabalho das autoras é um dos 12 artigos de professores e pesquisadores que fazem parte da primeira coletânea lançada pelo Movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP-30”. Clique aqui e acesse este e outros trabalhos publicados.

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