
Brasília se despediu neste domingo (26/10) da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), encerrando uma edição marcada por grande presença de público, com mais de 100 mil visitantes, além de diversidade de atrações e forte engajamento de instituições de todo o país. No Pavilhão montado na Esplanada dos Ministérios, milhares de pessoas circularam entre experimentos, maquetes, jogos, apresentações teatrais e estandes interativos, evidenciando a ciência brasileira voltada à sociedade.
Entre os destaques do último dia esteve o estande da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia, que se consolidou ao longo da semana como um dos pólos de visitação da feira. Ao longo da semana, foram produzidos mais de 15 episódios do videocast Ciência e Vozes da Amazônia, como um dos produtos do Movimento de mesmo em nome, em um processo de preparação da Universidade para a COP30.
No estande, reunimos pesquisadores, estudantes e gestores em conversas sobre ciência, meio ambiente, Amazônia, mudanças climáticas, COP30 e Comunicação Pública da Ciência. O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, participou de um dos episódios ao lado de Andrea Cancela da Cruz, do MCTI, ressaltando o papel da universidade na formação de cidadãos críticos e na popularização do conhecimento científico. Também tratamos de temas como cultura oceânica, racismo climático, desinformação e a presença das mulheres na ciência, contando com a participação de vários pesquisadores, como Izabela Jatene (UFPA), José Sobreiro Filho (UNB), Débora Sant’Ana (UEM), Ana Noronha (Ciência Viva, Portugal), Cassiano D’Almeida (CNPq), Silvana Calado (CFQ), entre muitos outros, para um diálogo global sobre ciência e sociedade.
Sucesso da SNCT – A programação do domingo manteve o ritmo intenso: das 10h às 16h, o Pavilhão da SNCT recebeu a tradicional Feira de Ciência e Tecnologia e a exposição de maquetes de estudantes bolsistas do Programa Mais Ciência nas Escolas, do Distrito Federal. No Estande POP Ciência, o público se encantou com as duas apresentações da peça teatral “Pingo: Uma Gotinha Rumo ao Mar”, do Grupo de Teatro Científico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) um espetáculo educativo que combinou humor, arte e reflexão ambiental.





O balanço do evento, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foi amplamente positivo. A diretora de Popularização da Ciência, Juana Nunes, celebrou o sucesso, com mais de 100 mil pessoas apenas em Brasília. “É lindo ver esse mar de gente, de criança, idosos, gente de todas as idades que vieram aqui prestigiar as experiências, as nossas unidades de pesquisa, as universidades, tudo que a ciência tem de melhor para oferecer para a nossa criançada, para a nossa juventude, para a sociedade brasileira. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um sucesso e é para todo mundo. É um grande movimento em favor da democratização do acesso ao conhecimento”, frisou.
O coordenador de Educação Científica do MCTI, Gerson de Jesus Martins, também destacou a adesão do público: “a avaliação está muito positiva. Nós tivemos um público muito grande, em todos os dias de evento. E, no final de semana, a gente ficou muito mais feliz porque muitas famílias vieram. Então, para nós, foi um balanço muito positivo. Está trazendo a ciência para a população. E esse é o nosso objetivo, de popularizar a ciência”, destacou.
Essa percepção se confirmou nas vozes dos visitantes. A servidora pública Luciene da Silva Moraes, que levou os filhos à feira, resumiu o sentimento de quem passou pela Esplanada: “eles [os filhos] estão adorando. Está tudo muito bem tecnológico, bem inovador mesmo, algo assim bem fora do comum que a gente vê em algumas feiras”, relatou.
Já Fabíola Lacerda, Coordenadora Técnica dos Programas de Pesquisa em Ecologia e Biodiversidade – CNPQ, a SNCT 2025 foi um momento ímpar para a Comunicação Pública da Ciência. “Estar numa feira dessas é muito importante porque a gente vê na prática o resultado das nossas pesquisas. Gerações novas estão tendo acesso a conhecimento científico de qualidade, vendo a possibilidade de se tornar um pesquisador ou pesquisadora”, acentua.
Com o tema “Planeta água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, a SNCT 2025 mobilizou universidades, institutos de pesquisa, escolas e museus de todo o país, reafirmando a ciência como prática coletiva e essencial à sustentabilidade do planeta. Em Brasília, o evento transformou a Esplanada dos Ministérios em um espaço de encontro entre saberes, gerações e regiões do Brasil — e deixou, no ar, a expectativa para uma nova edição no próximo ano, dessa vez, com destaque o tema de “Mulheres na ciência”.