Pará marca presença na abertura da SNCT 2025 em Brasília 

Brasília – Uma delegação da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP30”, participou da abertura da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília (DF), nesta segunda-feira (20). A presença do movimento na capital federal reforça o protagonismo amazônico nas discussões climáticas, integrando os debates da edição deste ano que traz como tema “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.

A solenidade foi promovida na Esplanada dos Ministérios, na capital federal, que ficou tomada por estudantes, professores, pesquisadores e visitantes de todas as regiões do país, marcando o início de uma semana dedicada a aproximar a ciência da sociedade e reafirmar o compromisso nacional com o conhecimento como bem público.

Estiveram presentes autoridades do governo federal, parlamentares, representantes da Marinha do Brasil, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCTI), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Participaram ainda, a ministra da Igualdade Racial, Macaé Evaristo; a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Em um mesmo tom, as falas ressaltaram a importância da SNCT como instrumento de democratização do conhecimento e valorização da ciência brasileira.

SNCT em destaque – O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, abriu a cerimônia e definiu o evento como “ponto central de popularização da ciência”. Em sua fala, enfatizou a importância de “espalhar a ciência para o conjunto da população”. 

Para Macaé Evaristo, ministra da Igualdade Racial, a SNCT é um espaço que reflete a diversidade do Brasil e amplia o acesso à educação “Mesmo longe do litoral, os oceanos impactam a nossa vida”, afirmou a mineira, defendendo a valorização da cultura oceânica como forma de reconhecer a pluralidade dos saberes e a necessidade de agir localmente diante das mudanças climáticas.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o papel estratégico da Semana na democratização do conhecimento: “Temos um governo que acredita na ciência e reafirma o compromisso com uma ciência que transforma a vida da população.” Para ela, a SNCT é um espaço que celebra “as evidências, o encantamento e o mundo mágico que é a ciência”.

Oceano e Amazônia em diálogo – O tema de 2025 propõe um mergulho nas conexões entre água, território e vida. Ao adotar a cultura oceânica como eixo central, a SNCT busca ampliar a compreensão sobre a influência dos oceanos em nosso cotidiano, mesmo para quem vive longe do mar. “A cultura oceânica nos ajuda a compreender a influência dos oceanos sobre nós e a nossa influência sobre os oceanos”, destacou Luciana Santos. A proposta dialoga com a Década do Oceano da ONU e reforça o compromisso do Brasil com as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Para a ministra, a reflexão ganha ainda mais força neste momento em que o país se prepara para sediar, em 2025, a COP30, em Belém. 

Encerrando a cerimônia, Luciana Santos expressou o desejo de que “este evento, mais uma vez, encante, inspire e transforme”. Com programação em todo o país e atividades que vão de oficinas e feiras científicas a apresentações culturais, a SNCT 2025 segue até o fim da semana, reafirmando que a ciência é um direito de todos — e uma voz que precisa ser ouvida em cada território.

Pará na SNCT – A presença do Pará na SNCT é fruto da parceria entre o projeto Maré de Ciência, a Marinha do Brasil e a UFPA. O estande convida o público a vivenciar experiências sensoriais e educativas,  com rodas de conversa, exposições audiovisuais e materiais interativos, sobre a relação entre as comunidades costeiras, os saberes tradicionais e a ciência formal. 

O estande reforça o protagonismo da região amazônica nas discussões sobre clima e sustentabilidade e antecipa o espírito da COP30, que colocará Belém no centro do debate mundial sobre o futuro do planeta. Ao evidenciar a força dos territórios amazônicos e a contribuição das populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas, o “Ciência e Vozes” traduz o compromisso da SNCT em dar visibilidade à diversidade de saberes que compõem a ciência brasileira.