A programação desta quarta-feira, 19 de novembro, no estande da UFPA na Zona Azul da COP 30 (Blue Zone) foi dedicada aos eixos Agricultura, Sistemas Alimentares e Segurança Alimentar; Pesca e Agricultura Familiar; Mulheres, Gênero, Pessoas Negras e Turismo, reunindo especialistas de instituições brasileiras e internacionais para discutir temas centrais ao futuro da Amazônia.
Ao longo do dia, pesquisadores, gestores públicos, representantes de organizações internacionais e lideranças de comunidades tradicionais promoveram diálogos sobre inovação, justiça climática, conservação ambiental e participação social.
A abertura, das 09h às 10h, trouxe o painel “Diálogos entre ciência e povos da Amazônia pela restauração ambiental”, sob moderação de Gabriel Resque (UFRA). Participaram Rosileia Andrade (UFPA/INEAF), Emilie Coudel (CIRAD, França) e Lívia Navegantes (UFPA/INEAF), discutindo caminhos para unir conhecimento científico e saberes tradicionais na recuperação dos ecossistemas amazônicos.
Já o debate “Amazônia+10: Ciência e Inovação de Impactos nos Territórios e Políticas Públicas” foi moderado por João Arthur Reis (Amazônia +10/Fapespa). Contribuíram Lara Ramos (WTT), João Vitor Campos-Silva (Instituto Juruá), Joana Oliveira (WRI Brasil), João Daniel Macedo Sá (UFPA) e Cassia Moraes (YCL), abordando oportunidades de financiamento e transformação socioambiental na região.
Ainda pela manhã, o tema “Mulheres na Ciência” ganhou destaque com moderação de Thaísa Michelan. Participaram Ana Teresa Lima (mestranda PPGCP/UFPA), Lílian Lund Amado (LABECOTOX/UFPA), Lívia Navegantes (UFPA/INEAF), Emilie Coudel (CIRAD/França) e Karina Dias (ICB/UFPA). A mesa enfatizou a atuação feminina e os desafios de gênero na pesquisa científica amazônica.
Já o painel “Ciência, Sociedade e Sustentabilidade: a voz das instituições brasileiras na COP30”, foi moderado por Leandro Juen, reunindo Gilmar Pereira da Silva (UFPA) e Adalberto Du Val (ABC), Bruno Soares (University of Regina – Canadá). A discussão destacou o papel estratégico das instituições nacionais e parcerias internacionais na construção de políticas ambientais e no protagonismo científico para a conferência global do clima.
A preservação ambiental continuou em foco com o tema “A importância da ecotoxicologia na preservação da Amazônia”, moderado por Lílian Lund Amado e com participação de Gabriela Arrifano (UFPA). Enquanto o painel “Mudanças climáticas e mercúrio: uma combinação preocupante na Amazônia”, foi moderado por Gabriela Arrifano, trazendo Andrea Chaves (UFPA) e Daiana Travassos Alves (IFCH/UFPA), para discutir os riscos à saúde e ao ambiente.
O debate sobre justiça social e alimentação foi promovido com o tema “Equidade racial e sistemas alimentares”, moderado por Hervé Rogez (UFPA). Integraram a mesa Didier Béreau (Universidade da Guiana) e Eduardo Brondizio (UNICAMP). A discussão abordou desigualdades, políticas de segurança alimentar e os impactos da racialização nos sistemas produtivos.
O painel “A COP30 em Belém: Transformações urbanas, sustentabilidade e participação social”, foi moderado por Olga Lúcia Freitas (PPGEO-UFPA), com Maria Goretti Tavares (PPGEO-UFPA), Agila Chaves (SEMAS-PA) e Álvaro Negrão (FACTUR-UFPA). A sessão analisou como a realização da conferência pode impulsionar infraestrutura, governança e inclusão cidadã na capital paraense.
Encerrando a programação, o painel “Roadmap for Carbon Market Transformation” ou “Roteiro para a transformação do mercado de carbono”, foi moderado por Clarissa Vargas (ICS), reunindo especialistas como Rick Saines (Arden Climate Law and Policy), Lise Tupiassu (Prointer/UFPA), Ludovino Lopes (Ludovino Lopes Sociedade de Advogados) e Juliana Marcussi (LACLIMA). O grupo discutiu perspectivas para a transformação do mercado de carbono e sua relevância para a transição climática justa.
Texto: Ana Teresa Brasil – Ciência e Vozes da Amazônia
Fotos e vídeos: Rafael Miyake e Natália Almeida (edição)
