Ação no campus da UFPA reuniu lideranças locais, movimentos sociais e representantes de instituições públicas para debater mudanças climáticas e mobilizar saberes amazônicos rumo à conferência global da ONU

O auditório Dalcídio Jurandir, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Breves, foi palco de um importante encontro entre ciência, saberes tradicionais e articulação social. O Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30 promoveu uma apresentação com o objetivo de ampliar a visibilidade de suas ações e engajar a comunidade acadêmica, movimentos sociais e instituições públicas da região do Marajó na agenda climática internacional.
A atividade, realizada em 30 de maio de 2025, integra as diversas mobilizações que têm sido promovidas pelo movimento nos campi da UFPA, visando preparar os territórios amazônicos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, em novembro.

“O conhecimento científico precisa estar nas mãos da sociedade. É fundamental que comunidades locais, como as do Marajó, estejam no centro das discussões climáticas. A COP30 é um momento-chave para isso”, destacou o professor Leandro Juen, membro da comissão executiva do movimento. Já a professora Júlia Cohen, também integrante da equipe, reforçou que visitar os campus da UFPA é estratégico para garantir que a diversidade de vozes da Amazônia esteja presente na COP30. “Queremos que todas as ideias, experiências e saberes estejam refletidos nas publicações e eventos que estamos organizando”, acentua.
Conhecimento para transformar
Dividida em dois momentos, a apresentação teve início com uma abordagem acessível sobre o que são as mudanças climáticas, suas causas e consequências, destacando os grupos mais vulneráveis aos seus impactos. Com base no material didático do movimento, foi reforçado que o efeito estufa — embora natural — tem sido agravado pelas emissões humanas de gases poluentes atmosféricos como CO₂ (gás carbônico), CH₄ (metano) e NOx termo que congrega elementos como óxido nítrico “NO” e dióxido de nitrogênio “NO₂”).
Os participantes puderam compreender, por meio de exemplos concretos, como o aumento da temperatura global, o derretimento das calotas polares e a frequência crescente de eventos extremos, como enchentes e secas, afetam especialmente populações indígenas, comunidades ribeirinhas, crianças, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social, acentuando o que os especialistas chamam de racismo ambiental.
Vozes plurais na COP30
No segundo momento, o público conheceu as principais frentes de atuação do movimento, como o site oficial, a chamada de publicações científicas e de divulgação em quatro idiomas, os boletins mensais e o recém-finalizado curso gratuito “Uma introdução à COP30”. Além disso, um convite aberto foi feito às instituições e coletivos locais para submeterem contribuições, participarem dos eventos e colaborarem com a produção de conteúdo.
Durante a apresentação, foi disponibilizado um QR Code com links para acesso aos materiais digitais. Os kits do movimento também foram distribuídos aos participantes, e a coordenação do campus ficou encarregada de compartilhar o conteúdo por e-mail com os presentes.

O auditório Dalcídio Jurandir, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Breves, foi palco de um importante encontro entre ciência, saberes tradicionais e articulação social. O Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30 promoveu uma apresentação com o objetivo de ampliar a visibilidade de suas ações e engajar a comunidade acadêmica, movimentos sociais e instituições públicas da região do Marajó na agenda climática internacional.
A atividade, realizada em 30 de maio de 2025, integra as diversas mobilizações que têm sido promovidas pelo movimento nos campi da UFPA, visando preparar os territórios amazônicos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, em novembro.
“O conhecimento científico precisa estar nas mãos da sociedade. É fundamental que comunidades locais, como as do Marajó, estejam no centro das discussões climáticas. A COP30 é um momento-chave para isso”, destacou o professor Leandro Juen, membro da comissão executiva do movimento. Já a professora Júlia Cohen, também integrante da equipe, reforçou que visitar os campus da UFPA é estratégico para garantir que a diversidade de vozes da Amazônia esteja presente na COP30. “Queremos que todas as ideias, experiências e saberes estejam refletidos nas publicações e eventos que estamos organizando”, acentua.
Engajamento e intercâmbio de saberes
O evento contou com representantes de diversos segmentos sociais e institucionais: professores, estudantes, técnicos administrativos, membros de coletivos comunitários, artistas locais, associações como a ASPARIMUB e o coletivo Marielles do Marajó, além de representantes da Secretaria de Educação, Secretaria Municipal de Saúde, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Militar.
O destaque foi para a diversidade de vozes e experiências, com ampla participação feminina e representatividade de povos originários e comunidades tradicionais.
Congresso Marajoara quer integrar a agenda da COP30

Durante o encontro, o Campus de Breves anunciou que realizará, em setembro, o II Congresso Marajoara de Ciência, Educação e Sociobiodiversidade, com o tema “Vozes do Marajó na COP30? Saberes e Desafios dos Povos da Amazônia na Política Global”. A proposta é que o evento seja reconhecido como parte oficial da programação da COP30, sendo já cadastrado na plataforma do movimento.
“É uma honra receber essa atividade em nosso campus. O Marajó pode e deve ser protagonista nas soluções climáticas, valorizando seus saberes, territórios e práticas sustentáveis”, afirmou o professor Silvio Carlos Ferreira Pereira Filho, diretor do campus.
A professora Solange Pereira da Silva completou: “A COP30 não pode ser apenas um evento distante. Precisamos trazer o debate para o chão da Amazônia, onde os efeitos das mudanças climáticas já são sentidos cotidianamente.”
Já o coordenador da CPGA, Paulo Rafael da Silva Ferreira, destacou o papel estratégico da universidade: “Ao dialogar com os territórios, a UFPA cumpre sua missão social. A presença do movimento aqui mostra que o Marajó está conectado às agendas globais.”
Visita guiada e próximos passos
No período da tarde, os representantes do movimento fizeram uma visita guiada pelo campus, conhecendo laboratórios, salas de aula e projetos desenvolvidos. A atividade serviu para fortalecer laços institucionais e conhecer mais de perto a realidade local.
O Movimento Ciência e Vozes da Amazônia segue sua agenda de mobilizações em diversos territórios amazônicos até novembro. Todas as ações podem ser acompanhadas no site oficial: https://amazonianacop.ufpa.br
Texto: Ana Teresa Brasil, Ascom do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30
Imagem: Divulgação do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30